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No passado dia 11 de Julho, foi anunciado pela OTOC – Ordem
dos Técnicos Oficiais de Contas o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, entre
2011 e 2012.
Sem qualquer surpresa, pelo menos, para os mais atentos, a
Amadora surge em claro destaque no 1º lugar:
- No ranking global dos 15 melhores municípios portugueses de grande dimensão em eficiência financeira;
- Nos municípios que possuem maior liquidez;
- Na tabela dos municípios sem endividamento líquido.
Ora, quando se têm €70.000.000 (70 milhões de Euros)
“estacionados” no banco, isto não representa surpresa nenhuma.
Será motivo de orgulho? Não creio…
Não creio, porque o orçamento anual para 2012 no Concelho da
Amadora foi superior a €90.000.000. Portanto, neste momento, aproximadamente
77,78% de um orçamento anual encontra-se alocado no banco, em vez de se
encontrar alocado às pessoas e à cidade.
A gestão das autarquias não é semelhante à das empresas, não
devendo o objectivo passar pela obtenção de lucros. Bom, pelo menos, os
económicos. Os “lucros” a procurar são sim os obtidos pelas pessoas, em
consequência da melhoria de espaços públicos, das instalações municipais, da
segurança, etc. Em suma, na melhoria da qualidade de vida das pessoas que já
habitam o concelho, bem como na atracção de mais pessoas a cá habitar.
Paralelamente a este estudo apresentado pela OTOC, no dia exactamente
anterior, a 10 de Julho, foi publicado outro estudo, precisamente sobre a Qualidade
de Vida nos Municípios Nacionais. Estudo esse, realizado pelo Prof. Dr. José
Pires Manso, professor catedrático da UBI.
Neste estudo, que, curiosamente, a página de Facebook Município da Amadora optou por
não divulgar, a posição do Concelho Municipal da Amadora no ranking nacional,
situa-se apenas no 252º lugar. Não, não há qualquer gralha. Ducentésimo
quinquagésimo segundo lugar. Custa pronunciar, mas, mais grave que isso, custa
no coração de um amadorense de 3ª geração ver ao estado a que o seu município
chegou.
Portanto, neste momento, a Amadora, além do 252º lugar num
total de 308 municípios, é dos únicos municípios da Zona Metropolitana de
Lisboa a não constar nos 30 primeiros lugares do ranking. Mais curioso se
torna, quando em 2009 estudo semelhante colocava a Amadora em 27º lugar e, em 2007,
em 18º lugar.
Regressão injustificada e deveras preocupante…
Posto tudo isto, parece-me premente então perguntar:
- Não seria benéfico para a cidade, paras as freguesias e, principalmente, para as pessoas que esse dinheiro fosse investido nelas e não no banco?
- Será vantajoso ter um município tão forte a nível económico, quando isso não se reflecte na qualidade de vida das pessoas?
Deixo à vossa reflexão…
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